Os clubes de livros já foram muito populares no Brasil. O primeiro clube brasileiro foi formado por Mário Graciotti e chegou a ter 50 mil livros distribuídos em uma única edição, seu clube distribuía os livros pelos correios e funcionou de 1943 até 1989. Em 1973, surgiu também a editora Círculo do Livro, mantida pelo Grupo Abril em associação com a editora alemã Bertelsmann. Naquela época, para fazer parte do clube era necessário ser indicado por algum outro sócio e após entrar, cada associado recebia um catálogo quinzenal com títulos para a escolha. Em 1975, o Círculo do Livro reuniu mais de 250 mil sócios e, em 1983, a editora já alcançava mais de 850 mil pessoas. 

Entre as importantes contribuições de clubes de livros como aquele esteve a popularização de coleções como a Primeiros Passos e obras de autores brasileiros fundamentais. 

O acirramento da atividade capitalista na editoração de livros e a concorrência fizeram com que os clubes perdessem força no final dos anos 1990, mas eles voltaram a ressurgir nos últimos anos. No final dos anos 2010, diversos clubes literários surgiram, propondo um formato de livros-surpresas, com obras selecionadas para os leitores pelas curadorias dos clubes. Hoje, existem clubes de literatura estrangeira, nacional, infantil e muitos outros.

É neste contexto que a EFoP se propôs o desafio de lançar um clube do livro socialista. Nossa proposta é fazer circular para o maior número possível de pessoas títulos importantes para o aprofundamento dos estudos em torno da crítica da economia política e de temas atuais na conjuntura brasileira e internacional. 

Sob o formato de clube de assinatura torna-se possível organizar um planejamento de leituras que se entrelaçam com sentido lógico, entregá-las aos leitores, organizar debates sobre as obras e favorecer o financiamento das editoras que publicam livros de interesses para os socialistas. Tarefa que nós não consideramos secundária quando pensamos o fazer educativo na esquerda.